Discute-se a relação da Psicologia com o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil tomando-se como ponto de partida uma crítica à separação entre clínica e política fortemente presente na formação e na prática profissional dos Psicólogos. Indicam-se três princípios para a construção de políticas públicas em saúde: o da inseparabilidade, o da autonomia e co-responsabilidade e o da transversalidade, estando a contribuição da Psicologia no entrecruzamento do exercício destes três princípios. O artigo destaca, ainda, a importância dos modos de fazer acontecer as políticas públicas, indicando a urgência na criação de dispositivos que dêem suporte à experimentação das políticas no jogo de conflitos de interesses, desejos e necessidades dos diferentes atores que compõem a rede de saúde.
Nos últimos anos o discurso em prol da Educação Inclusiva vem sendo evidenciado nos debates político-educacionais. O presente artigo teve por objetivo refletir sobre as políticas de inclusão escolar a partir dos princípios e paradigmas conceituais que vem sendo gradativamente defendidos em debates educacionais. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica a partir de fontes diversas como livros, artigos científicos e a legislação vigente. A literatura consultada remete que a educação inclusiva indicada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e pela Constituição Federal é pré-requisito mínimo para se garantir ao aluno com necessidades especiais o direito de exercer sua cidadania. Ainda acrescenta-se que as finalidades da educação inclusiva estão fundamentadas nas pesquisas e amparo legal na Constituição Federal, ainda em leis complementares. De acordo com a história, os conceitos e objetivos da educação inclusiva no país vêm proporcionando grandes progressos. Assim, idealiza-se uma educação inclusiva que trabalhe o aluno em completos aspectos, dando-lhe a oportunidade de desenvolver suas habilidades a partir de suas necessidades particulares.
O propósito deste texto é, em primeiro lugar, apresentar resumidamente como a Psicologia foi sendo utilizada na prática e na produçâo de conhecimento jurídico e, em seguhdo lugar, elucidar quais as especlflcidades e as semelhanças de cada um dos campos oriundos da Psicologia que hoje Incrementam o campo jurídico, mas que dele também recebem insumos teóricos importantes para seu próprio desenvolvimento, a Psicologia jurídica e a Psicologia forense. Ao final, o artigo mostra como o Direito não pode prescindir dos aspectos culturais, lógicos, morais e subjetivos em sua lida.
O presente artigo versa sobre a temática da violência que envolve pares e autoridades em instituições escolares sobre dois lados distintos: o primeiro deles refere-se à violência enquanto ações agressivas e muitas vezes criminosas, contra a autoridade ou contra os pares (bullying) apresentadas por alunos, crianças e adolescentes na escola. Já o segundo aponta para a violência da própria escola, que, na tentativa de vencer tais situações utiliza sanções e de intervenções também violentas que ferem o direito de se frequentar espaços que contribuam para o desenvolvimento de pessoas autônomas e equilibradas. Entender, portanto, como as ações da escola podem superar a violência nesta instituição nos impulsiona a, primeiramente, compreender o fenômeno: por que o homem é, ou, está, violento? As explicações, do ponto de vista das teorias que estudam o desenvolvimento moral uma perspectiva interacionista, bem como de pesquisas recentes sobre o que tem indignado adolescentes de 13 a 15 anos em escolas públicas e particulares apontam para uma questão fundamental: é preciso que haja uma mudança profunda nas ações dessa instituição educativa para que crianças e adolescentes possam adequar o sentido que dão às suas vidas a um conteúdo ético. Os resultados encontrados atestam que os adolescentes entrevistados não se reconhecem em um espaço público. Crianças e adolescentes, vítimas e agressores não respeitam ao outro já que não mantém por si, um auto-respeito e nem estão, com as medidas tomadas pela escola, capazes de coordenar diferentes pontos de vista e por reciprocidade, pensar no bem a si e no bem a outro.
O autor analisa a formação do campo temático dos estudos de relações raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superação pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito de cor e racismo. Retroagindo ao final do século XIX, o autor argumenta que o racialismo dogmático de então foi desbancado pelo culturalismo do começo do século XX, apenas para ceder lugar à imprecisão entre a expressão nativa "preconceito de cor" e "preconceito racial", esta última introduzida pelo paradigma das relações raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superação deste, nos anos 1970, e sua substituição por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a análise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimensões da vida social e da interação entre "brancos" e "negros". O autor sugere que apenas um retorno à separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios das ciências sociais.
Ao compreender o preconceito como um conjunto de crenças, atitudes e comportamentos negativos atribuídos a membros de determinados grupos sociais, o objetivo do presente trabalho é analisar o preconceito contra as minorias negras e homoeróticas, a partir de uma leitura da Psicologia Social e freudiana, verificando qual a saída mais ética para esse mal-estar que ainda se vivencia na contemporaneidade.
Este artigo tem como objetivo esclarecer sobre a técnica de grupos operativos e a sua conexão com a atuação do psicólogo e também do psicopedagogo, voltados para a promoção de saúde, caracterizandose como possibilidade de intervenção em diferentes processos de aprendizagem. Procurarei articular ainda as concepções de Pichon- Rivière sobre os grupos operativos, com os principais pressupostos da teoria de Henri Wallon sobre o papel fundamental das interações e dos grupos na formação da pessoa.
O estudo do comportamento humano tem sido feito há séculos, mas com o advento da Teoria da Evolução, uma nova perspectiva se abriu para a compreensão da natureza humana. O objetivo deste ensaio é apresentar uma abordagem evo- lucionista. A psicologia evolucionista (PE) é uma área emergente da ciência da mente e do comportamento. Destacamos aspectos interessantes do surgimento da PE, além de apresentar seus principais conceitos no que diz respeito, por exemplo, a mecanismos psicológicos evoluídos, ambiente de adaptação evolutiva e modularidade. A im de clarear alguns mal- -entendidos, discutimos o que a PE não é. Seguimos apresentando a integração da PE com outras disciplinas e as possíveis aplicações da PE. Finalmente, apresentamos o surgimento da PE brasileira.